A edição de hoje destaca a confirmação de mais casos de Monkeypox na região. Desde a divulgação do primeiro caso em Mogi das Cruzes por volta do dia 20 de julho, em cerca de um mês, já são beiramos os 40 casos em praticamente todas as cidades do Alto Tietê. Uma progressão que preocupa, embora as notícias sejam que os pacientes venham evoluindo bem com o acompanhamento dos serviços de saúde. Mais uma vez fica o alerta para a prevenção e atenção com o compartilhamento de objetos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou a Monkeypox como emergência global, como forma de alerta para as autoridades na busca por estratégias que possam combater à disseminação do vírus. Iniciativa importante e que estimula a mobilização de todas as esferas de governo em torno da doença, com a preparação de profissionais de saúde, como temos apurado junto às Prefeituras da região, e atenção na aquisição de vacinas no governo federal.
Todo o cuidado é pouco para evitar a disseminação da doença e também a estigmatização que a acompanha. Conhecida como varíola dos macacos, porém, o nome deve ser alterado em breve para mais uma vez não ser associado aos macacos, estigmatizando os animais como ocorreu com outras doenças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está com uma consulta aberta para a escolha de um novo nome.
Além do denominação que culpa os macacos, foi levantada a possibilidade do contágio ser maior entre homens que fazem sexo com homens. Mas como alerta a historiadora Dilene Raimundo do Nascimento, professora do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), em entrevista concedida à própria instituição, "a transmissão se dá por contato com lesões de pele ou secreções de indivíduos com a doença, então qualquer pessoa pode ser infectada". Todos estamos sujeitos ao contágio.
Diante desse cenário, o momento não é apenas de cuidado com a saúde, o que temos reforçado nos últimos dois anos com a experiência dolorosa da Covid-19, mas também com a disseminação de preconceitos.