O Brasil viverá hoje um momento histórico. Após três dias de debates e discursos na Câmara dos Deputados, em Brasília, os 543 deputados federais se reúnem hoje, às 14 horas, no Congresso Nacional, para dar início à votação que poderá levar ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. São necessários 342 votos para que o processo seja aceito e enviado ao Senado.
Envolvido em vários escândalos, ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que a sua condução no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff tenha, por fundo, a intenção de fazer dele o futuro vice-presidente do Brasil. Segundo Cunha, as pessoas que levantaram essas suspeitas estão, na verdade, tentando politizar o processo pelo qual passa o País, a fim de criar constrangimentos.
"O presidente da Câmara não é sucessor de ninguém. Existe uma diferença: o vice-presidente da República é sucessor do presidente da República e substituto eventual. O presidente da Câmara, assim como o do Senado ou o do Supremo Tribunal Federal (STF), são substitutos eventuais. A sucessão do vice e do presidente jamais é o presidente da Câmara, do Senado ou do STF", disse Cunha.
Segundo ele, afirmativas desse tipo são uma tentativa de politizar o processo, até porque ele não será presidente da Câmara após fevereiro de 2017."Não tem lógica essa situação que está sendo colocada. Querem criar um constrangimento político para tentar fazer um debate político de outra natureza".
Cunha disse "repudiar" esse tipo de suspeita. "Há uma denúncia grave: o crime de responsabilidade da presidenta da República. É sobre isso que temos de discutir".