A crise econômica brasileira tem gerado uma diversidade de indicadores negativos. Fechamos 2015 com 10 milhões de pessoas sem emprego, resultado de uma taxa de desemprego de 9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) per capita que pode atingir 10% em dois anos.
E a falta de perspectivas mostra que ainda vamos conviver por um bom tempo com esses índices. De acordo com o Ministério do Trabalho, em fevereiro, o País fechou 104.582 postos de trabalho com carteira assinada no mês passado, a maior queda do emprego formal em 25 anos.
Dentro deste tsunami, chamam a atenção dois dados: deste total, quase 20% dos postos fechados estavam nos pequenos negócios e a taxa de desemprego na faixa etária de 18 a 24 anos, que ficou em 20,8% (contra 15% em fevereiro/15).
Por trás destes números, existem homens e mulheres que engrossam as filas em busca de oportunidades para trabalhar. Ou que decidem que é hora de empreender. A principal porta de entrada para começar a vida de patrão tem sido a figura do Microempreendedor Individual, o MEI. Em 2014 eram 4,7 milhões; no ano passado, o número saltou para casa dos 5,6 milhões. E as projeções indicam que chegaremos em 2022 a 10 milhões.
À primeira vista parece ser uma ótima solução. Mais de perto, vemos que não é bem assim. Segundo pesquisas do Sebrae-SP, 55% desses empreendedores estão inadimplentes e os mais de 1 milhão de MEIs paulistas tiveram queda de receita real de 28%, na comparação entre janeiro/16 contra janeiro/15, tirando do mercado quase R$ 1 bilhão.
O desafio é, portanto, gigantesco. Não existe uma solução única, rápida e fácil, e sim um conjunto de ações que devem ser focadas e coordenadas para gerar os resultados desejados. 
No caso dos empreendimentos individuais, estamos atuando junto aos legisladores do Congresso Nacional a fim de aprovar o Projeto de Lei Complementar (PLC) 125/2015 que amplia, simplifica e estimula o crescimento dos optantes do Simples nacional.
Isso vai dar um fôlego extra para que os empreendedores construam uma trajetória de sucesso e ajudem o Brasil a virar a chave e encontrar o rumo do ciclo virtuoso do desenvolvimento.