O presidente do Partido Progressista (PP), senador Ciro Nogueira (PP-PI), anunciou ontem que o partido permanecerá na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), pelo menos, até a conclusão do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. O PP tem hoje 54 parlamentares: 48 deputados e seis senadores em exercício. Há ainda três deputados licenciados.
O partido tinha ontem uma reunião do Diretório Nacional para decidir sobre a permanência no governo, mas, segundo Ciro Nogueira, os próprios parlamentares que pediram o encontro, desistiram da ideia. "Existia um documento assinado por 24 senadores e deputados pedindo o rompimento com o governo. Essa reunião estava marcada para as 14 horas, mas quando fizemos um levantamento preliminar dos 57 votantes, mais de 40 queriam a permanência do partido na base", disse o senador com o documento que pede o cancelamento da reunião nas mãos.
O senador Ciro Nogueira disse que ainda não sabe se liberará a bancada para se posicionar como quiser na votação do impeachment e acrescentou que essa decisão ainda precisa ser discutida. "Não vou negar que o partido tem uma grande parcela que vota pelo impeachment e essas pessoas têm que ser respeitadas. A direção partidária hoje tem a responsabilidade de estar ao lado da presidenta Dilma nesta base aliada. É uma situação que vai ser discutida nos próximos dias, mas a orientação partidária é estar ao lado da presidente neste momento".
Ciro Nogueira negou que a decisão tenha sido tomada em troca de um espaço maior no governo que pode incluir até o Ministério da Saúde. Segundo o senador, até que o processo tenha um desfecho no plenário da Câmara dos Deputados, não haverá negociação de cargos no governo.