Serviços de péssima qualidade, cobranças indevidas e enganação sem pudor. Essa é a rotina normal de operadoras de telefonia celular e canais por assinatura no Brasil. A falta de concorrência e competição nesse mercado estimula as empresas responsáveis por telefonia, Internet e TV à cabo, a utilizarem metodologias nada favoráveis ao consumidor. E o lema dessas organizações é: cobrar muito alto, gastar pouco - com funcionários para manutenção e treinamento de telemarketing, principalmente - e oferecer menos ainda. É isso que acontece quando há um monopólio no setor.
Recentemente, em Suzano, clientes da Vivo/Telefônica ficaram sem telefone e Internet por mais de uma semana, devido à furto de cabos na região do Jardim Santa Lúcia e Vila Urupês. Na ocasião, a empresa recebeu diversas ligações de moradores insatisfeitos com a falta de prestação do serviço, interrompido no dia 15 de março. Mas, apesar da reclamação ter sido oficializada diversas vezes, nada mudou. O reparo só foi feito após a Imprensa da região ter se manifestado contra o mal serviço prestado.
O que dizer então dos planos pré-pagos de telefone celular? O consumidor opta por essa condição porque, teoricamente, este sistema lhe permite usar o mínimo possível de acordo com suas necessidades, mas tem que "engolir" a determinação das operadoras, de que os créditos comprados têm prazo de validade.
Enquanto no Brasil existe pouco mais de meia dúzia de operadoras, países como a Índia conta com mais de 20 empresas oferecendo o mesmo serviço. Isso é muito saudável e benéfico para o consumidor. Além disso, o preço de nossa telefonia celular é mais alto do que o cobrado em várias outras partes do mundo.
Isso sem contar a filosofia de trabalho das empresas de TV por assinatura. Digna de panelaço. Todo esse sistema é coisa do passado e segue um modelo arcaico, e não podemos mais aceitar. Tanto que uma das primeiras contas a serem cortadas quando o contribuinte precisa enxugar o orçamento mensal é a de TV à cabo. Aquela promessa de mais programação e menos propaganda virou lenda. Talvez por isso, o Netflix, em pouco mais de 4 anos de atuação no mercado, já conta com 4 milhões de assinantes (número de mercado), nada mal para tão pouco tempo de atuação.
O brasileiro está de olho cada vez mais aberto e vem mostrando que já não suporta mais ser tripudiado. E essa atual relação consumidor/operadoras precisa mudar urgentemente. E deixemos o passado para trás.