Após uma reunião com líderes dos partidos para discutir o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a indicação dos membros da comissão especial será feita a partir dos blocos partidários. Segundo Renan, os nomes poderão ser definidos até sexta-feira. A partir daí, caso algum bloco resista em apontar os nomes para o colegiado, ele mesmo fará, como prevê o regimento da Casa.
Pelo calendário divulgado por Renan, como os líderes de partidos que apoiam a presidente já disseram que deixarão a decisão para o último prazo, a expectativa é que a comissão especial seja instalada na próxima terça-feira. Antes disso, porém, a eleição dos 21 membros titulares e suplentes deverá ser feita na sessão deliberativa do plenário da Casa.
Perguntado por que a eleição dos membros da comissão não poderia ser já na segunda-feira, Renan esclareceu que não há motivos para isso, já que as sessões deliberativas do Senado ocorrem sempre às terças, quartas e quinta-feiras. "Nós ficaríamos muito mal na história se quiséssemos atropelar a defesa ou a própria acusação, criando ou perdendo mais um dia. Eu não me presto a esse papel", afirmou.
Outro esclarecimento feito pelo presidente do Senado é que as dúvidas que surgirem serão dirimidas respeitando, primeiramente, o que diz a Constituição e, em seguida, o acórdão do Supremo Tribunal Federal e a Lei do impeachment. Por fim, será levado em conta o regimento interno do Senado Federal.
Ainda segundo Renan, o Senado vai contar os prazos definidos pelo rito.