Logo após a eleição da comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, senadores da base do governo questionaram a indicação do tucano Antônio Anastasia (MG) para a relatoria da comissão. O nome de Anastasia, ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem gerado polêmicas entre os parlamentares. 
A escolha do presidente e do relator será definida hoje de manhã, afirmou o senador Raimundo Lira (PMDB-PB), indicado pelo partido para a presidência com a aceitação da oposição e do governo.
Como segundo maior bloco do Senado, o PSDB quer que a relatoria fique com o partido. 
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) apresentou uma questão de ordem, com base no Código de Ética e Decoro Parlamentar, questionando a isenção e imparcialidade de Anastasia.
Caso Anastasia seja confirmado como relator, ele terá dez dias úteis para elaborar um parecer pela admissibilidade ou não do processo. O relatório é votado na comissão e depois submetido ao plenário, onde será preciso o voto de 41 dos 81 senadores para a instauração do processo. Instaurado o procedimento de impeachment no Senado, Dilma terá de se afastar da presidência por 180 dias. Também cabe ao relator elaborar parecer final sobre o mérito das acusações. (A.B.)