Empreender sempre foi um sonho do brasileiro: poder controlar os seus próprios horários, não precisar mais dar satisfação ao chefe e, principalmente, ter o prazer de trabalhar para gerar renda para você mesmo e para sua família. Por muitos anos, esse foi o perfil de quem procurava ser dono do próprio negócio no Brasil, aquela pessoa que via no empreendedorismo uma oportunidade de mudar de vida.
Mas, com a crise econômica e o aumento nos níveis de desemprego no país, esse cenário mudou. Uma pesquisa divulgada recentemente mostra que disparou o número de empreendedores brasileiros que seguiram esse caminho por necessidade. De acordo com o estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015, patrocinado pelo Sebrae no Brasil, a porcentagem de empreendedores nascentes (com menos de 3 meses de atividade) que embarcaram na busca pelo próprio negócio por necessidade passou de 13% em 2014 para 36% em 2015. Entre os empreendedores novos (de 3 a 42 meses de atividade), essa taxa saltou de 33% para 46% no mesmo período.
Para pensar sobre esses dados, temos de levar em conta que hoje quatro em cada dez brasileiros está empreendendo, um número também revelado pela pesquisa. Estamos falando de um enorme contingente de pessoas que está tendo de lidar com um intrincado sistema tributário, com a burocracia e com os erros naturais de quem está dando os primeiros passos em um mundo desconhecido. A pressão da necessidade só torna todo esse processo muito mais difícil e arriscado.
Isso porque, ao contrário daquele que busca abrir um negócio por oportunidade, esse empreendedor por necessidade chega ao mercado com margem de erro zero, sem a possibilidade de deixar para aprender no decorrer do processo. Geralmente, ele está dispondo dos valores da rescisão do seu último emprego ou está aplicando as economias da família em uma ideia que parece ser promissora.
Por isso, insisto que o primeiro investimento que um empreendedor deve fazer não é financeiro, mas em si próprio, no conhecimento que ele tem sobre gestão e sobre o mercado no qual ele pretende entrar. Hoje há opções menos arriscadas para quem quer começar a empreender - uma franquia bem estabelecida, por exemplo -, mas o maior risco de um negócio novo reside na falta de informação. A missão do Sebrae-SP é fornecer todas as ferramentas para seu negócio dar certo. Conte com a gente.