O prefeito de Mariana (MG), Duarte Júnior, criticou na manhã de ontem a pequena participação dos municípios no acordo fechado entre a Samarco e os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo. Assinado na semana passada, o acordo prevê que a mineradora desembolse R$ 4,4 bilhões nos próximos três anos para recuperar a bacia do Rio Doce e reestruturar as cidades atingidas pela lama que se vazou após o rompimento da barragem no distrito de Bento Rodrigues, em novembro do ano passado.
Duarte Júnior informou que, em 15 anos, estima-se que R$ 20 bilhões serão gastos pela mineradora. O prefeito adiantou que recorrerá à Justiça para garantir que Mariana receba parte destes recursos, a fim de recompor a receita perdida pelo município. "Nosso principal tributo é o ICMS, que são R$ 10 milhões por mês, dos quais R$ 9,6 milhões são decorrentes da mineração. Com a queda desse imposto, não conseguiremos manter os serviços essenciais",
esclareceu. O rompimento da barragem em Minas deixou 19 mortos.