Motivados por parlamentares oposicionistas e convocações nas redes sociais, cerca de 1.500 manifestantes, contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), fizeram uma manifestação, na noite de ontem, em frente ao Palácio do Planalto. Eles protestaram contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, feita ontem por Dilma.
Durante o ato, os manifestantes convidavam os motoristas que buzinavam em seus carros a aderirem. A rua em frente à sede do Executivo ficou fechada nos dois sentidos. A tropa de choque da Polícia Militar e seguranças do Planalto foram posicionados.
A manifestação de deputados da oposição estava marcada para às 17 horas. Antes disso, porém, algumas pessoas já se posicionaram em frente ao prédio com apitos. Quando atravessaram a rua do Congresso Nacional, em direção ao Planalto, os deputados portavam uma faixa com uma frase atribuída a Lula e cantavam o Hino Nacional.
"No Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia. Quando um rico rouba, vira ministro", dizia a frase.
Eles chegaram a entrar por alguns metros próximos aos jardins do Planalto, mas depois voltaram para a avenida principal. Como de praxe, uma proteção metálica cerca todo o trecho do palácio e divide os manifestantes dos policiais.
Além de bonecos infláveis com a imagem do ex-presidente, os manifestantes portam bandeiras do Brasil e faixas de protesto. Eles também gritam palavras de ordem como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Cartazes também são exibidos pelos manifestantes com dizeres "O Brasil não é do PT" e "O limite chegou. Não aguento mais. Fora Dilma. Fora Lula".
Os deputados Paulinho da Força (SDD), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Rubens Bueno (PPS-PR), Pauderney Avelino (DEM) e Mendonça Filho (DEM) foram vistos no protesto. Na opinião do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), a ida de Lula para o ministério fortalece o processo do impeachment. "A Dilma não tem condições de governar nada, nem pilotar um fogão. Ela delegou agora para o Lula a responsabilidade até de nomear ministro da Fazenda", disse Bolsonaro.
Quando parte dos manifestantes chegou ao Planalto, a presidente ainda concedia entrevista a jornalistas na parte interna do prédio, na qual negou que haverá alterações em sua equipe econômica.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 1,5 mil manifestantes participavam do ato às 19h. Um grupo de favoráveis ao governo também foi até a Praça dos Três Poderes.