As adversidades na política não param de contaminar o setor produtivo. Pela primeira vez, em 12 meses, as pequenas empresas paulistas começaram a demitir: quase 2% do pessoal ocupado foi dispensado em janeiro/16. Somado à queda de receita real, estudo do Sebrae-SP mostra que a crise econômica está levando à agonia a maioria dos 3,6 milhões de microempreendedores individuais e pequenos negócios paulistas. O recuo em janeiro foi responsável por um rombo de R$ 11 bilhões nos caixas dessas empresas.
Talvez por imaginar que já chegamos ao fundo do poço e agora o movimento é de melhora, 57% dos pequenos empresários apostam na estabilidade ou melhora da economia nos próximos seis meses. Haja resiliência!
Mais que otimismo, esses dados demonstram o que venho dizendo a tempos. O setor produtivo segue querendo cumprir seu papel, mas tem esbarrado fortemente na atual crise política, a verdadeira vilã de toda essa situação. É preciso resolvê-la e tomar as medidas econômicas necessárias - não as insonsas que aí estão - para que entremos num ciclo virtuoso de crescimento do consumo, do investimento, de emprego e renda.
No último 13 de março, tivemos uma mostra desta indignação. Milhões de brasileiros deram um show de cidadania, indo às ruas e praças para reprovar todo e qualquer forma de corrupção e mostrar que não estão mais dispostos a aceitar, resignadamente, a falta de comando do governo federal. Eu estive na Paulista junto a estes manifestantes, clamando por mudanças e amplificando a voz das mais de 1,2 milhão de pessoas que aderiram à campanha "Não vou Pagar o Pato", posicionando-se contra o aumento dos impostos e a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Esta demonstração trouxe novo vigor ao meu compromisso de defender o setor produtivo, em especial de buscar formas de garantir a sobrevivência dos pequenos negócios, grandes geradores de emprego do País e, por isso, fiéis na balança do justo equilíbrio social. É preciso adotar práticas que garantam a plena sintonia das políticas públicas com uma economia de mercado realmente competitiva. No caso específico das pequenas empresas, permanece em nossa agenda (e em nosso radar) a atualização do tratamento tributário diferenciado (Simples Nacional), a regulamentação da terceirização e a simplificação da burocracia que rege o sistema produtivo.
O fim da crise política é primordial e exige um tiro rápido e certeiro. É simplesmente insano esperar resultados diferentes fazendo as coisas exatamente da mesma forma. O brasileiro fez diferente no emblemático domingo, 13/03. Se queremos uma economia mais saudável, é preciso parar de sacrificar o Brasil e encontrar novos e responsáveis rumos.