Vivemos hoje em um país que tem um governo que não consegue governar. Fragilizado por conta das crises política e econômica, do processo de impeachment que começa a andar na Câmara dos Deputados e por trechos de delações premiadas vazadas pela imprensa.
Temos um judiciário dividido entre aqueles que defendem incondicionalmente o juiz Moro e os que defendem a apuração da lava-jato, mas criticam os excessos e o personalismo vaidoso do referido juiz.
Na cabeça das pessoas reaparece sempre a mesma questão. Caso a Dilma saia, quem vai assumir a presidência e em que condições. As lideranças políticas atuantes, tanto da situação quanto da oposição não gozam de "muito" prestigio popular. Não são confiáveis para expressiva parcela da população. Várias deles, inclusive, também já foram citados por delatores da lava-jato.
A grande mídia também é vista com ressalva por parte da sociedade. O tratamento e destaque desigual aos inúmeros casos de corrupção que são denunciados impedem que o combate aos corruptos, corruptores e à prática da corrupção seja efetivo e definitivo. Alguns veículos de comunicação exageram muito em sua parcialidade prestando um desserviço à nossa incipiente democracia.
Por fim, temos uma população que, em função de tudo aquilo que foi exposto, tem se posicionado de forma muito apaixonada, o que aprofunda o radicalismo e impede a existência de algo que é imprescindível ao universo democrático: o diálogo.
Com a crise econômica afetando o consumo e o emprego, a crise política empurrando as pessoas para posições mais radicalizadas e as instituições políticas com baixíssimo grau de credibilidade não podemos sonhar com cenários positivos no curto ou médio prazo.
Temos vivido momentos difíceis em nosso país e, infelizmente, eu acredito que dias piores ainda estão por vir.