A revista norte-americana Forbes, que divulga anualmente um ranking com as pessoas mais ricas do mundo, anunciou que o Brasil perdeu nada menos que 23 nomes na lista deste ano. O fator principal para isso foi a crise econômica no País, uma vez que muitos dos bilionários citados pela revista estariam envolvidos nos escândalos de corrupção investigados pela Polícia Federal, como o rombo na Petrobras.
É provável que alguns nomes que saíram da lista não retornem nunca mais, e talvez isso seja muito bom. Durante décadas, uma das principais reclamações do povo é em relação à desigualdade social, a tão falada pirâmide social, onde no topo estão apenas poucas pessoas com uma renda gigantesca, enquanto a grande maioria fica na parte de baixo, trabalhando muito e recebendo pouco.
As investigações e consequentes prisões relacionadas à Operação Lava Jato mostram que o Brasil deve passar por uma mudança drástica. Grandes empresas atuam em esquemas de corrupção, onde centenas de empresários e políticos estão envolvidos. Para que o cenário mude na prática, a PF e a Justiça precisam continuar com este trabalho, este pente fino que está ocorrendo.
Para se ter uma ideia da importância das investigações, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são alguns nomes muito comentados durante as denúncias da Lava Jato e de outras operações. A limpeza que está sendo feita no Brasil tem assustado muitos empresários, que deixaram de fazer investimentos por medo. Muitas empresas ainda possuem muito dinheiro, mas como fazer negócio justo e correto por aqui?
Não podemos achar que a PF revolucionará a forma de firmar contratos, mas uma mudança já teve início. Há poucos anos, ver um político na cadeia era uma lenda, algo difícil de ocorrer. Hoje, dezenas deles estão detidos. Grandes empresários também estão pagando pelos erros atrás das grades.
Entre as soluções importantes para um País mais desenvolvimento e com melhor distribuição de renda, uma delas é - além de prender - fazer com que todo dinheiro desviado pelos corruptos retornem aos cofres públicos. Por enquanto, o que vemos na prática são empresas tentando se recuperar ao custo do trabalhador, como é o caso da Petrobras, que aumenta o preço do combustível para quitar rombos, e agora da Samarco - responsável pela barragem de Mariana, em Minas Gerais. O ranking da Forbes não deve ser algo importante para um país de terceiro mundo, cheio de problemas e de grande desigualdade social.