Em tempos de crise, a tendência comum é a de que a maioria das pessoas esteja mais suscetível à tensão, inquietação e preocupação. É inevitável enfrentarmos esses sentimentos e difícil nos afastarmos desses pensamentos, mas o fato é que nunca devemos perder o ânimo e a força de vontade, pois do contrário, aquilo que é um perigo iminente será, fatalmente, convertido em algo muito mais negativo.
Tenho conversado com muitas pessoas e, especialmente, gente que produz, incluindo empresários e empregados, todos dignos e que sempre foram muito prontos a trabalhar, dizendo-lhes que temos que lutar ferrenhamente contra o desânimo; não podemos deixar que a falta de vontade e a difícil perspectiva provoquem abatimento, pois isso é como baixar a guarda numa luta em que o adversário não dá trégua alguma e a penetração de mais um golpe pode ser definitiva.
Quantos hoje, ao acordar, param, pensam e preferem virar de lado e continuar dormindo? Quantos, diante de tanto desalento, têm a inclinação momentânea de desistir? Peter Marshall disse que o desânimo era o mal do seu século e não estamos livres dele hoje, nem há um antídoto milagroso contra o tal, mas é preciso arrancar força e vontade, do profundo do nosso ser para prosseguir adiante, motivados pela família, filhos, funcionários, empregadores, amigos, enfim, por todos os que nos cercam, precisam de nós e conosco estão relacionados nalguma medida.
Portanto, na hora da lamentação e constatação das agruras da política e da economia, que não nos debrucemos só nelas, mas que criemos espaço para tratar de saídas e alternativas de forma a seguir adiante e, por outro lado, mesmo que pareça um paradoxo, que não deixemos de nos divertir, pois por mais consternados que estejamos, não devemos abrir mão dos momentos de descontração, exatamente, com aquilo que temos à mão.
O lazer e o ócio equilibrados sempre são fontes de energia e contraponto legítimo, mesmo em tempos em que se requer o máximo de nossa capacidade de trabalho.