Numa conjuntura política complexa, desgastada, em que quase não se encontram referências positivas para lastro ou apoio ao que é bom para o país, é mister cautela, frieza e serenidade, que impliquem a posição individual mais adequada, revestida de verdadeiro patriotismo e com vistas ao bem maior da nação.
Ânimos exaltados e minados por revezes constantes, de ordem política e econômico-financeira, naturalmente podem provocar extremismo, tanto dos que defendem o governo, quanto dos que se opõem a ele. Neste sentido, a mobilização do povo e sua manifestação devem ser legítimas, ordeiras e sem qualquer contorno de violência, ofensas e afins. Uma analogia pode ser feita com a torcida de um time de futebol que atravessa fase ruim, sem vitórias: uma fagulha incendeia todo o celeiro em condição latente, mas extremamente favorável à combustão; nesta situação, o árbitro é bandido, o jogador é malandro, o técnico vagabundo, a diretoria imbecil, etc.. O torcedor não se contém e dirige seus impropérios para quem aparecer à sua frente, independentemente, de merecer, de fato, a fúria.
Neste momento de crise institucional e, especialmente, de liderança, é preciso haver calma e boa dose de frieza - pois a vontade natural é a de crucificar a todos que se metem com política - para que a soma das posturas individuais, realmente, contribua com o Brasil. Não podemos perder o respeito, a educação e a fidalguia, nem para com aqueles que, notadamente, têm-se revelado inimigos da pátria: a esses cabe reservar severa disciplina e punição, mas sempre sob as regras exaustivamente discutidas e adotadas no país, pois, por mais que discordemos delas, foram por nós avalizadas, direta ou indiretamente.
Não estamos no ponto de agir de maneira insólita e/ou ilegal, para restabelecer o lema da bandeira; as ferramentas que temos à mão já se têm mostrado suficientes para encontrar e punir os responsáveis pelo vale escuro que atravessamos. Que assim possamos, com firmeza, apoiar os atos legítimos para purificar a nação, mas sem exageros que possam nos arrebatar a razão, por mais patente que seja!