Não sou uma pessoa supersticiosa dessas que não passam por baixo de escada, que não cruzam com gato preto, odeiam sexta-feira 13 e por aí vai.
Mas uma nuvem de pessimismo baseado em alguns fatos reais me faz não gostar muito do mês de março. Perdoem-me os que nasceram ou adoram esse mês e não me crucifiquem, afinal, hoje em dia se falarmos que gostamos de determinada coisa em público somos alvejados por todos os lados pela turma do contra.
Criei essa certa antipatia principalmente por ser um mês em que, infelizmente, muitos parentes queridos partiram desse plano nessa época. Na verdade posso considerar que era até mesmo uma superstição familiar, um negativismo coletivo. Se alguém ficasse doente no dia primeiro, passávamos os 30 restantes alimentando que perderíamos mais um ente querido. Mórbido não? E isso só piorava quando a "profecia" se concretizava.
Acho que a energia que despendíamos nesses pensamentos era tão grande que a pessoa definhava mais, sei lá, hoje tenho também essa teoria. Essa morbidez familiar só findou quando houve um falecimento fora do mês de março. Ufa! A "maldição" foi quebrada. E de lá para cá outros queridos partiram e nenhum mais se foi em março. Bom para a nossa neurose ter fim!
Pensando no que escrever me veio toda essa lembrança não tão boa. Acredito que novamente o clima estranho está no ar vendo o rebuliço que estamos vivenciando economicamente, politicamente e, mais para próximo à minha realidade, um buraco grande nos dois bolsos nesse mês.
É o danado do mosquito espalhando doença por todo lado, inclusive no meu pai, trazendo para perto a realidade que vemos todos os dias nos noticiários: caos na saúde pública, hospitais sem estrutura alguma para uma calamidade como essa, atendendo como podem milhares de pessoas espalhadas em seus corredores.
É preciso fé para superar nossas limitações, inclusive a sua própria falta. Porque na hora do desespero, as superstições são mais reais do que nossas próprias convicções. Oremos!