A presidente Dilma Rousseff agiu como se fosse cega e surda. As manifestações populares do dia 13 de março pediam sua saída e a prisão do ex-presidente Lula. Ela não deixou o governo e ainda o nomeou ministro da Casa Civil.
A nomeação ocorreu após a Operação Lava Jato bater às portas de Lula e a Justiça de São Paulo enviar o processo contra o ex-presidente ao juiz Sergio Moro. No cargo de ministro ele fica fora da jurisdição de Moro, que já demonstrou não ter nenhuma cerimônia em aplicar a lei contra quem quer que seja.
Agora, quem continua as investigações é o Supremo Tribunal Federal (STF), presidido por Ricardo Lewandowski com quem o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, iria conversar sobre a situação do senador preso Delcídio do Amaral, segundo gravação de seu assessor.
O cargo que Lula ocupará já foi ocupado por José Dirceu, condenado no mensalão pelo STF e hoje preso pela Lava Jato. O ministro que deixa o cargo, Jaques Wagner, foi indicação de Lula, que agora ocupa o seu lugar.
O ministro da Justiça, nomeado e instado pelo STF a escolher entre ser ministro ou promotor de justiça, preferiu a segunda opção e abandou o governo Dilma, dias depois de ingressar no mesmo. Mercadante foi gravado oferecendo ajuda para que Delcídio não fizesse o que fez, a delação. Dilma emitiu nota dizendo que não tem nada a ver com essa história, Mercadante que se explique. Ao se explicar publicamente afirmou que apenas agiu em solidariedade ao então senador preso.
Lula é popular e tem, ou teve, grande capacidade política. Dilma pode achar que não, mas na prática declinou de seu mandato ao nomear o ex-presidente ministro e antecipou 2018. Lula é o novo velho presidente do Brasil, com uma única diferença: ninguém, a não ser Dilma, o elegeu.
De duas uma: ou não viu e ouviu o que as ruas de todo o Brasil escreveram e gritaram, ou fez mesmo o contrário do que o povo pediu. Nesse aspecto, Dilma foi coerente, continua desagradando a maioria dos brasileiros.