O encontro histórico entre o papa Francisco e o patriarca ortodoxo russo Kirill, que ocorrerá no dia 12 deste mês em Havana, capital de Cuba, vai se centrar na perseguição aos cristãos, informou ontem o chefe das Relações Exteriores da Igreja Ortodoxa russa, metropolitano Hilarion de Volokolamsk.
"O tema das perseguições aos cristãos será central neste encontro", disse Hilarion, em entrevista coletiva sobre a visita do patriarca russo em países da América Latina.
Nesta reunião, também serão abordados temas referentes a relações bilaterais e política internacional. "O encontro terminará com a assinatura de uma declaração conjunta", acrescentou Volokolamsk.
Será "o primeiro encontro da história" entre os dois principais dirigentes dos cristãos do Ocidente e do Oriente separados, desde o cisma de 1054 que dividiu a Igreja Católica em duas, informou o Vaticano.
O encontro ocorrerá à margem de uma visita à América Latina do patriarca Kirill, cuja igreja conta com 130 milhões de fiéis, e da viagem ao México do papa Francisco, que guia 1,2 bilhão de católicos.
Segundo o porta-voz, o patriarca russo não queria que o encontro ocorresse na Europa. "Foi precisamente com a Europa, que está vinculada à grave história de separação e conflitos entre os cristãos."
O representante da Igreja ortodoxa disse esperar que o encontro entre Francisco e Kirill "abra uma nova página nas relações entre ambas as Igrejas".