Diante do aumento dos casos de microcefalia em bebês, filhos de mulheres que contraíram o vírus zika, o debate sobre o aborto voltou à tona entre especialistas e religiosos. As lideranças das igrejas disseram que o tema não foi tratado na reunião com a presidente Dilma, mas concordaram com a urgência de se aprofundar no assunto.
De acordo com Joel Zeferino, a Aliança Batista do Brasil ainda não tem uma posição a respeito do tema. "Nós entendemos que este é um tema que precisa ser discutido com a sociedade de forma muito democrática e aberta e, sobretudo, é preciso incluir nesse debate as mulheres que sofrem esse aborto e as mulheres de periferia das nossas cidades, as mulheres negras, que são aquelas que, de fato, fazem esses abortos ilegais. Todos falam a respeito do tema, menos as mulheres que sofrem esse aborto, então é preciso empoderá-las", afirmou.
"Tudo isso é um processo que precisamos tratar com urgência da questão, mas ainda não temos nenhuma discussão feita", disse Flávio Irala, bispo da Diocese Anglicana de São Paulo.
Já a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia proíbe todos os casos de aborto, com exceção de quando as mulheres correm risco de morrer. (A.B.)