Desde o anúncio oficial de que a estação de Suzano seria reconstruída e de que o Expresso Leste passaria a atender também os passageiros do Alto Tietê, já houve três mandatos de governador e vários secretários de Transportes Metropolitanos e presidentes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Prazos e mais prazos foram dados. Se atrasos são tão comuns em obras, sejam particulares ou públicas, o governo do Estado deveria ter trabalhado de forma diferente, sem criar expectativas na população, em especial naquela que depende do transporte público. Mas quando o assunto é política, parece que o melhor é dar prazos e ir empurrando até onde der.
Não há dúvidas de que a nova estação de Suzano será moderna e proporcionará um serviço muito melhor do que o atual, assim como está acontecendo em Ferraz de Vasconcelos e também irá ocorrer em Poá. No entanto, o que chamou a atenção anteontem foi a maneira como a CPTM, na figura do presidente Paulo Magalhães, simplesmente ignorou que a última de várias promessas era entregar a obra no final deste mês, mais precisamente hoje.
A garantia havia sido dada, inclusive, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), após várias visitas à região no ano passado. Ele até informou que o Expresso Leste viria para Suzano em 2016, logo depois que fossem adquiridos 15 novos trens. Contudo, até mesmo essa previsão já está defasada e a CPTM nem mesmo estima quando poderá ter início o serviço, que acabaria com a baldeação em Guaianazes, um benefício que chegaria até a Estação Estudantes.
Aliás, em relação às reformas e adequações das plataformas em Mogi, o tom da conversa já mudou. Nem mesmo há recursos garantidos para obras nas quatro estações da cidade, e sim apenas projetos funcionais que servirão para elaborar os projetos básicos.
A população do Alto Tietê já está acostumada com tantos adiamentos e prazos desrespeitados pela CPTM. O estranho é a forma como simplesmente ignora até o que foi prometido pelo governador e trata como se tudo estivesse dentro do cronograma e da normalidade.
Seria um favor e um sinal de respeito aos usuários dos trens se, diante de tantas promessas e tantos atrasos, a nova estação de Suzano simplesmente fosse aberta, sem pompas, sem discurso político que ninguém mais quer ouvir - semelhante àquele evento vexatório para inauguração da estação de Ferraz. Mas como este é um ano eleitoral, infelizmente, vai ser inevitável que tudo isso ocorra.