O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse ontem que a grande aposta contra o vírus Zika é o desenvolvimento de uma vacina. Segundo ele, a conclusão dos estudos deve demorar pelo menos dois anos. O prazo será menor que o tempo para a elaboração da vacina contra a dengue, que demorou cerca de 20 anos para ser concluída e combina proteção contra quatro sorotipos do vírus. O Zika está relacionado à ocorrência de microcefalia.
"Enquanto a vacina não vem, o importante é não deixar o mosquito [Aedes aegypti] nascer, porque quando ele nasce é um perigo ambulante", alertou Castro. Ele citou um modelo de combate ao Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika, usado no município de Água Branca, no Piauí, que, segundo ele, é "simples e eficiente". Os agentes de saúde da cidade procuram focos do mosquito e colam selos vermelhos nas portas das residências onde são encontrados criadouros. As casas livres de Aedes aegypti recebem um selo verde.
"Todo mundo quer ter o selo verde. Foi uma mobilização muito grande na cidade e todo mundo fez o dever de casa para que, quando o agente voltasse pudesse receber o selo verde", disse o ministro. Em 2015, o município piauiense registrou quatro casos de dengue. Em todo o Piauí, foram mais de 7,5 mil casos da doença.
Dengue
De acordo com Castro, a Sanofi Pasteur, fabricante da Dengvaxia - primeira vacina contra a dengue registrada no Brasil - estima que cada dose deverá custar cerca de 20 euros. A distribuição na rede pública de saúde ainda será avaliada. O governo aposta em um imunizante que está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantã, que deverá custar um terço do valor e proteger em apenas uma dose, mas ainda levará um ano para ficar pronto.