A Prefeitura de Poá está fazendo a sua parte e a Câmara bem que tentou dar mostras de que quer ajudar neste momento, mas o fato é que os comerciantes e os moradores afetados pela enchente do sábado passado não ficaram satisfeitos com as propostas aprovadas ontem, como a que prevê isenção do pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) deste ano. Tanto porque consideram que o valor é irrisório perto do prejuízo que tiveram, como também porque, em muitos casos, os imóveis são alugados e não deles.
O que queriam mesmo era uma indenização de fato, o que já está praticamente descartado, ou, no mínimo, agilidade na liberação de linhas de crédito a custo zero concedidas por programas do Poder Público e rapidez na execução de serviços de infraestrutura para impedir que situações como essa voltem a acontecer.
O que houve em Poá, e também em Ferraz de Vasconcelos e Itaquaquecetuba, porém não tão devastador quanto na vizinha, serve de alerta para as outras cidades. Principalmente para se precaverem e avaliarem se as medidas que têm tomado vão realmente ser suficientes para conter a força das chuvas.
O fato é que os estragos em Poá estão feitos. Para sempre se discutirá a responsabilidade do Poder Público por não ter feito tudo ao seu alcance com objetivo de evitar o que ocorreu. O que deve acontecer agora é ajudar os prejudicados a repararem os danos que tiveram e preparar a cidade para novas chuvas intensas. Do contrário, nada mudará e o cenário do dia 9 de janeiro se repetirá em outras oportunidades.
Além disso, medidas já estão sendo tomadas, como o ressarcimento do valor pago do IPTU de 2015 por parte de quem também teve prejuízos semelhantes no ano passado, e algumas estão sendo avaliadas, como desconto na conta de água para quem foi afetado. Outra questão acertada pela Prefeitura de Poá foi a confirmação de que não haverá reajuste na passagem de ônibus das linhas municipais, contrariando a vontade da Radial Transporte. Em nada tem a ver com a enchente, mas a iniciativa mostrou a perspicácia e o bom senso do prefeito Marcos Borges (PPS).
O que se vê é que muitos pontos já estão sendo afinados para que se chegue a uma solução que atenda a todos. Talvez não da maneira como queriam, mas será uma ajuda diante de tanta dificuldade. Às autoridades fica a torcida para que algo assim não aconteça em breve, pois ninguém mais será poupado da imputação de responsabilidade e a situação toda será inaceitável e imperdoável.