Quem já tem certa idade, quando ouve ou lê "apertem o cinto", automaticamente, lembra-se da famosa sequência da frase: "o piloto sumiu". Não é, exatamente, o nosso caso no Brasil; talvez um passo antes disso: o piloto está lá, mas combalido, quase moribundo. Agora, apertar o cinto é mister para a grande maioria das instituições públicas e privadas, bem como para as pessoas, em geral. Apertar o cinto com responsabilidade, sem deixar de gastar, pois gastar é preciso e deixar de gastar, excessivamente, é nocivo para o mercado e até para quem passou do ponto. Mas a realidade é que quase todos perderam receitas e por isso, têm que adequar seu dispêndio à nova condição, visto que, se não o fizerem, a empresa vai à falência e a pessoa cai na absoluta restrição cadastral.
Estamos, portanto, numa condição geral que exige cautela, grande exercício de inteligência de mercado para possibilitar as mais exatas projeções e coragem para cortar, às vezes, na própria carne, a fim de salvar o todo. O que muito preocupa, também, é o setor público que não vai à bancarrota como as empresas ou recai em situação de restrição cadastral, mas o grande problema é que contas que exigem cada vez maior endividamento, trazem muita insegurança ao mercado e um custo cada vez maior para sobreviver, custo esse, pago por cada um de nós. Cabe, portanto, aos poderes públicos e instituições relacionadas, o mesmo exercício de contenção responsável de custos e despesas e, a nós, uma fiscalização cada vez maior, de forma que não reincidamos nas posições recentemente experimentadas, em que o dispêndio foi muito maior do que o necessário e possível, incompatível com a arrecadação. Muita organização, disciplina, capacidade técnica e controle emocional há que se aplicar aqui, de maneira que cada um de nós possa encontrar a medida certa no agir, tanto na vida geral, quanto na profissional, contribuindo, assim, para a melhor estabilidade e credibilidade que pudermos oferecer ao mercado, mas não se esqueçam: é momento de ótimas oportunidades para boas aquisições.
