No Natal é costume montar presépios em shoppings, igrejas, lojas e casas. Com criatividade o lugar sujo que Jesus nasceu torna-se limpinho, bem iluminado e expressivo para festejar com alegria a vinda de Deus, em corpo, na terra. Rodeando a manjedoura os pastores, os magos, as ovelhinhas e também duas figuras sempre presentes e populares: o boi e o jumento. Qual a origem da tradição? Relato bíblico do nascimento de Jesus não menciona bois nem jumentos. Foram alguns "pais da Igreja" (lideres nos primeiros séculos do cristianismo) que introduziram esses animais na história, e fizeram com segundas intenções. A razão foi seu ódio aos judeus firmados no trecho de Isaías 1. 2-4: "Ouvi, ó céus, e dê ouvidos, ó terra, porque o Senhor é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniquidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás". Os "pais da Igreja" usando dessa passagem, diziam: Parece que o boi e o jumento têm mais entendimento que o povo de Israel. Por isso, coloquemos esses animais no presépio para servirem de exemplo. Eles conhecem o senhor de sua manjedoura, enquanto os judeus não o conhecem. Portanto, os dois personagens tradicionais que se vê no cenário ao redor da manjedoura de Jesus têm sua origem em uma motivação antissemita. Na realidade, Israel se comportou como um boi ou um jumento no decorrer de sua história: indiferente, obstinado e teimoso para com seu Senhor. Por esta razão Deus teve de trazer juízos e castigos sobre o povo de Sua aliança, permitindo que nações estranhas governassem sobre Israel. No final, porém, Deus vai alcançar o alvo que estabeleceu para Seu povo, conduzindo-o à manjedoura de Seu Filho.