O governo federal alardeou que milhões saíram da pobreza, que o número de pessoas na classe média aumentou, etc. 
A grande verdade é que, se estivessem nos Estados Unidos, apenas 8,1% dos brasileiros adultos seriam hoje de classe média. E somente 0,6% dos nossos habitantes estariam acima disso. Bem diferente do que prega o governo e seus companheiros.
Quem afirma isso? Não são os políticos nacionais e muito menos qualquer entidade, organização ou órgão local. Foi o Credit Suisse, um banco global sediado em Zurique, especializado em emitir boletins e estudos do cenário financeiro e econômico dos países onde atua.
Por isso é preciso colocar sob suspeita esse discurso ufanista, eleitoreiro e mentiroso da recente explosão da classe média. O que vinha acontecendo no País é o crescimento do poder aquisitivo. Mas ter mais consumo não significa ter mais classe média porque não existe estabilidade. E falando em estabilidade, está provado que ela não existe. Existe sim instabilidade. E a inflação desenfreada, o desemprego galopante e as crises política e econômica provam que tudo o que se falou nos últimos anos é pura cascata.
A definição de classe social deveria ser mais complexa e não levar em consideração apenas diferenças de poder de compra. Para Max Weber (1864-1920) economista alemão e um dos fundadores da Sociologia, autor de "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", ela se dá em função de: 1) oportunidades econômicas; 2) status, identidade e orientação cultural; 3) poder e capacidade de exercer influência individual ou coletiva sobre as políticas.
E aí complica, mas também explica melhor porque somos da classe A aqui e seríamos da classe média lá. Ou classe média aqui e da remediada lá. Não é só uma questão de renda.
Nos Estados Unidos, é classe média quem ganha entre US$ 50 mil (quase R$ 200 mil ou R$ 16,6 mil mensais) e US$ 500 mil por ano (R$ 2 milhões ou 166,6 mil mensais). Ou seja, poucos de nós seríamos classe média lá. Muito rico aqui deixaria de ser rico, para ser classe média na terra do Tio Sam.
Fica evidente que o pleno emprego era um fenômeno temporário, uma bolha, que serviu aos propósitos do partido que está no poder. A crise está desmascarando tudo. O Brasil fechou 945.363 vagas de trabalho com carteira assinada em 2015, de janeiro a novembro. Nos 12 meses (novembro 2014 a novembro 2015) o País encerrou 1.527.463 postos de trabalho. Ou seja, "estão te enganando".