O que o governo do Estado havia anunciado em setembro passado começará a ser colocado em prática a partir de agora. O novo programa "Família Paulista" surge como uma forma de combater a pobreza em diversas cidades. Não apenas com transferência de renda, mas com melhoria de qualidade de vida e oferecimento de condições para que os beneficiados possam ter novas perspectivas de futuro.
Só no Alto Tietê, a previsão é de que 15,9 mil famílias sejam atendidas, com investimento de R$ 24,7 milhões. Será o maior programa do gênero implantado até agora no Estado. Começará em 27 municípios, sendo sete da região. Mogi das Cruzes, a cidade mais populosa, terá o maior número de famílias atendidas, com 4,5 mil. Itaquaquecetuba e Suzano aparecem na sequência com 3,1 mil e 2,4 mil, respectivamente.
O mais importante nessa iniciativa do governo estadual que deve ser exaltado é seu caráter abrangente. Mais do que apenas criar um benefício em dinheiro para milhares de pessoas que vivem atualmente em extrema pobreza, há a preocupação de se aprimorar aspectos "periféricos" do cotidiano dessas famílias que poderão fazer a diferença na vida de cada uma delas.
As ações voltadas aos territórios onde vivem podem contemplar a expansão da rede de água, esgoto e energia elétrica, a pavimentação de vias públicas, a construção ou revitalização de áreas de lazer ou espaços coletivos de convivência. O programa terá duração de 24 meses, sendo quatro de planejamento, 12 de trabalho intensivo com as famílias e oito para acompanhamento e avaliação de resultados.
Ao mesmo tempo em que o governo do Estado se atenta a essas necessidades, seria importante uma participação paralela que também faria a diferença na vida dessas famílias e também de toda a coletividade. Há que se investir na qualidade de serviços básicos.
Aprimorar a saúde, a educação, o transporte e a segurança, por exemplo, é uma maneira de investir na qualidade de vida, sem dúvida. Conhecer a realidade dos beneficiados e ver o que eles necessitam, promover melhorias no local onde vivem e provê-los daquilo que lhes falta será essencial. Por isso a necessidade de um amplo diálogo dos responsáveis com o público-alvo, para que seja feito o que realmente é necessário de acordo com cada localidade. Até mesmo porque as realidades podem ser distintas de uma cidade para outra.
O importante é que haja continuidade e que o programa seja cada vez mais abrangente, para que futuramente não haja miséria e iniciativas para garantir itens básicos à vida das pessoas não sejam mais necessárias.