Esse foi o tempo necessário na prisão para que o presidente do Banco BTG-Pactual, André Esteves, "deixasse" o cargo. As ações do banco desvalorizaram de forma intensa, muitos clientes sacaram seus investimentos, uma sangria na casa dos bilhões de reais em apenas alguns dias.
Mais que dinheiro foi a credibilidade que o banco perdeu com a prisão. Tudo porque o mesmo foi acusado de tentar impedir o andamento da operação Lava Jato. A prisão temporária de apenas cinco dias foi convertida em prisão preventiva e, nessa condição, não há previsão para soltura do acusado, que já foi denunciado pelo procurador-geral da República pelo crime de impedir e embaraçar a investigação criminal.
O banqueiro, até então tido com um fenômeno no meio financeiro, simplesmente desapareceu desse cenário, isso em apenas cinco dias, tempo de sua prisão temporária que não foi revogada pela Justiça. O que se vê com a operação Lava Jato é que o sucesso de muitas empresas e empresários que se destacam no cenário nacional e são tidos como excepcionais gestores, na verdade podem ter sua base em um sistema de corrupção que envolve empresas estatais e influência política. Tudo isso vem sendo desmistificado pela operação Lava Jato, que a cada dia revela como e quando recursos ilícitos e o uso indevido da máquina pública beneficiam empresas e pessoas. Se a Petrobras, que é uma estatal onde o principal negócio são os combustíveis, foi saqueada como foi, é de se imaginar o que aconteceu com o BNDES, que é um banco, onde o principal negócio é o dinheiro.
Poderosos continuam presos, sem data para sair. O caminho para liberdade parece ser só um: a delação premiada. Muitos ainda resistem em firmar acordos, imaginando que vão ganhar a liberdade, ou então, negociar com quem está preso para que não os delate. Os últimos que tentaram fazer isso, André Esteves, do Banco BTG-Pactual, e o senador Delcídio do Amaral, estão presos preventivamente, denunciados e não têm data para sair.