A iniciativa da Câmara de Itaquaquecetuba de criar e aprovar projeto de lei para diminuir de 65 para 60 anos a idade mínima para idosos terem direito à gratuidade da passagem de ônibus no transporte público municipal foi extremamente importante. Assim como também foi a postura do prefeito Mamoru Nakashima (PSDB), que sancionou o projeto de lei mesmo este sendo de autoria de vereadores.
É no mínimo justo com quem tanto fez no passado e ainda quer permanecer na ativa com seus afazeres e, principalmente, com liberdade e apoio do Poder Público para ir e vir por meio do transporte público. Estimula que mais pessoas não se sintam limitadas e tenham a sensação de que as autoridades, ou pelo menos algumas, estão pensando nelas.
Somado a isso, houve outra iniciativa interessante, mas que ainda requer a promulgação do Executivo. A exemplo do que ocorreu na cidade de Santos, a Câmara também aprovou projeto de lei nesta semana que torna preferenciais aos idosos, gestantes e mães com crianças de colo todos os assentos dos ônibus em Itaquá. Ou seja, não haveria mais bancos com cores distintas e isso "forçaria" aos passageiros que praticassem mais a educação, dando o lugar aos mais velhos quando não houvesse outros disponíveis.
Essa decisão de conceder a gratuidade da passagem para quem tem a partir de 60 anos deve servir de exemplo para outras cidades. Aqui na região, a pioneira nesse assunto foi Suzano, onde há mais de uma década o benefício é válido nos coletivos do sistema municipal. Em Mogi das Cruzes, por exemplo, vira e mexe, o tema é debatido há anos, mas nunca se chega a uma decisão nesse sentido, de estender a tarifa zero para mais idosos. Será uma demonstração de atenção verdadeira para com essas pessoas se isso acontecer.
Ao mesmo tempo em que a medida em ganhou destaque na edição de ontem, chama atenção a falta de clareza e de informações por parte da Prefeitura de Itaquá. O edital que oficializa o benefício foi publicado no último dia 12 e, em tese, já estaria valendo. Não houve qualquer publicidade para informar a população, tanto que entrevistados mostraram desconhecimento do assunto, embora tenham aprovado a iniciativa. Procurada pela reportagem, a administração municipal, por parte da Secretaria de Transportes, não deu qualquer explicação sobre a decisão, nem mesmo para confirmar se já estava valendo. A empresa CS Brasil não se posicionou, a Itaquá Passes também não. Enfim, se por um lado o acerto inicial foi claro, por outro há muito o que ainda melhorar.