Na República das Promessas - sim, este deveria ser o nome real e verdadeiro do nosso País - muito se ouviu, e ainda se ouve, de que somos a nação do futuro. O Brasil é o país do futuro! Quem já não ouviu ou leu esta frase nas últimas décadas? Acontece que este gigante - sempre adormecido nas horas erradas - está simultaneamente em várias encruzilhadas. E nas questões cruciais, prestes a derrapar na próxima curva.
Não vamos falar neste espaço da inflação desenfreada, dos juros escorchantes mais altos do mundo, do desemprego que a cada dia surpreende os chefes de família e seus familiares, indistintamente, da corrupção e da cara de pau deslavada de grande parte da área política, da violência epidêmica cujos números de vítimas equivale ou até ultrapassa muitas guerras, etc, etc.
Vamos falar dos jovens, abaixo dos 25 anos de idade, estes sim, que deveriam ser este futuro, tão propalado nas frases de marqueteiros mais interessados nos seus bolsos do que no bem estar comum.
Pois bem, este "Brasil do futuro" aparece entre os cinco piores países colocados, em um ranking que mede as perspectivas econômicas para os jovens na faixa etária até 25 anos. Os números estão no índice Youthoconomis, que usa 59 indicadores coletados de organizações internacionais como o Banco Mundial, a Unesco e a OCDE para medir dados como saúde, oportunidades de educação, acesso a emprego, participação política, otimismo, entre outros.
Entre 64 países elencados nesse estudo, estamos em 60º lugar. Abaixo de nós somente Uganda, Mali, África e Costa do Marfim. "Que beleza!", diria aquele narrador esportivo de um canal esportivo por assinatura, de forma jocosa.
E se pegarmos o ranking específico sobre as perspectivas para os nossos jovens, o Brasil cai para o 63º lugar - penúltima posição, na rabeira, e se fosse no futebol, na zona do rebaixamento.
Já no quesito finanças públicas estamos, aí sim, na lanterna. Ainda bem que o nosso complexo de hiena (A hiena é aquela que come carne podre, tem relações apenas uma vez por ano e ri... ri de quê?) ameniza esses dados frios e reais desse estudo, pois no quesito "otimismo entre os jovens", o Brasil sobe para 32ª posição - ou seja, fica no meio da tabela, nem fede, nem cheira, meio mussarela, meio calabresa.
Resumo da ópera: enquanto você grita gol!, envolve-se mais que deveria com os personagens fictícios das novelas, ou vira as costas e finge que o problema também não é seu, os preços de tudo aumentam, os impostos sobem, a criminalidade idem, o desemprego também, etc, etc, etc...