O povo alemão não se deu ao trabalho de escutar de forma crítica o conteúdo dos discursos inflamados do grande líder. Hitler, de forma genial, misturou valores supostamente cristãos com a promessa de redenção e salvação nacional, cativando a sociedade alemã com sua oratória persuasiva.
O lado diabólico de Hitler foi sua estratégia de substituir gradativamente Jesus por sua pessoa e, ao mesmo tempo, convencer a todos que o povo escolhido eram os arianos e não os judeus.
Anos antes do holocausto em uma conversa à mesa, perguntaram a Hitler: "E os judeus?" Ele respondeu: "Não pode haver dois povos escolhidos!" Em 1922, ele fez essa declaração pública: "Se alguma vez eu realmente chegar ao poder, o aniquilamento dos judeus será minha primeira e mais importante tarefa".
A participação ativa de tanta gente no holocausto não assusta tanto quanto o silêncio e omissão de um povo culto, que foi enredado nas armadilhas do evangelho marrom, uma mensagem de salvação por meio de uma ideologia, segundo Reinhold Federolf.
Em 1938, Roosevelt, o presidente americano, convocou uma conferência em Èvian-les-Bains, na França, para discutir o futuro dos judeus na Europa. Apenas três dos 30 países, mostraram-se dispostos a acolher alguns milhares de judeus. Um informante teria relatado a Hitler depois da conferência: "Faça o que quiser com os judeus. Ninguém no mundo os quer." Perplexos ficamos ante a passividade das 27 nações que facilitaram a matança perpetrada por Hitler contra os judeus.
Estimativas oficiais revelam que durante o holocausto um terço da população judaica mundial foi dizimada. O filósofo Karl Jaspers declarou, em 1962, que Hitler havia colocado em prática o que aprendeu no livro de Martim Lutero, "Conselhos Contra os Judeus". O próprio Hitler em uma conversa com o bispo de Osnabrück, Wilhelm Berning, em 1933, justificou a perseguição aos judeus, dizendo: "Não estou fazendo nada contra os judeus que não seja aquilo que as igrejas já fazem contra eles por 1500 anos".