Tão antiga e tão atual a questão da água para nós seres humanos e para os povos. Imaginem no Egito Antigo, a importância do rio Nilo para os egípcios, tal qual a importância dos rios Tigre e Eufrates para o povo da Mesopotâmia (civilizações Suméria, Assíria e Babilônia), guardadas, obviamente, as ressalvas aos termos pagãos, que embora discordemos na íntegra, não podemos ignorar do ponto de vista histórico, considerando o objeto, a água.
Os historiadores apontam a Hipótese Causal Hidráulica como a principal explicação para a organização do homem em sociedade. Essa explicação credita à abundância de recursos naturais o aparecimento das primeiras civilizações, como o Egito. Embora outra corrente de estudiosos discorde e aponte a falência dessa hipótese, devido apenas ao poder centralizado para que este pudesse controlar a produção, uma vez que a região não possuía recursos tão abundantes assim, necessitando maior controle sobre os poucos existentes.
O pai da História, Heródoto de Halicarnasso, no texto intitulado Hino ao Nilo, assim dizia: "Salve, ó Nilo! Ó tu que manifestaste sobre esta terra e vens em paz para dar". Vida ao Egito. "O Egito é uma dádiva do Nilo". Dessa forma encerra o historiador primeiro, suas impressões sobre o rio Nilo. E nos deixa uma reflexão sobre a importância de nossos rios.
Sinto-me cumpridora do meu dever, embora modesto e incipiente, ao ter inserido, no corpo da licença ambiental inicial do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, a proteção do rio Guaió, que faz a divisa de Poá e Suzano e desemboca no rio Tietê, que também banha nossas terras poaenses.
Mesmo sabendo que, no EIA-RIMA e na licença prévia, a proteção chega a ser até poética de tão linda, mas na prática não foi bem assim não, pois a empresa concessionária responsável pela obra não se atentou para isso; ignorou por completo nossos apelos, nossas solicitações, afrontando os preceitos. O rio Guaió está sendo assoreado em Poá por causa do Rodoanel e alguém tem gritar por ele. Pensemos!