A tecnologia a serviço do homem". A frase é antiga, talvez mais velha do que os próprios "patrões do futebol mundial", como por exemplo, o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, mas parece que essa modalidade esportiva ainda vive em um mundo à parte, dentro de uma bolha, e aqueles que comandam o futebol relutam em aderir a tecnologia nos espetáculos.
Não raramente vemos erros crassos de arbitragem. Então, porque não contar com o auxílio externo, com um juiz que possa assistir aos lances pela televisão e passar informações precisas ao homem de preto dentro de campo? Neste caso, a percepção do jogo mudaria, já que o profissional que estaria apitando de dentro de campo, seria na verdade, apenas um porta-voz do juiz principal, que seria aquele que ficaria fora do gramado acompanhando a partida pela tevisão e passando as informações precisas, por meio de rádio, para o juiz de dentro do campo. A prática já é vista em outras modalidades há algum tempo, como o tênis, vôlei, atletismo, futebol americano, natação, fórmula1, basquete, entre outros.
O assunto é polêmico, mas há de se convir que a tecnologia alterou os padrões e a maneira de ver o mundo. E o futebol, fazendo parte da cultura popular, não pode ficar estagnado. O esporte, de uma forma geral, não só o futebol, sempre contou com atos de malandragens em seus momentos cruciais. A diferença é que antes do boom da tecnologia os esportistas envolvidos nesses atos eram vistos como heróis. Apenas para citar alguns exemplos em copas do mundo: Maradona fez gol de mão na Copa de 1986 e ficou conhecido como a "Mão de Deus". A Inglaterra venceu a Copa de 1966 com um gol onde a bola não entrou. Na Copa de 1962, o brasileiro Nilton Santos cometeu pênalti contra a Espanha, mas em um ato quase involuntário (e heróico) deu um passo para fora da área, e o juiz, encoberto, não marcou a penalidade. E por aí vai...
Claro que com a tecnologia perderemos ainda mais essa parte folclórica do futebol. Mas o que era bonito e heróico antigamente, não cabe mais no futebol "super-profissionalizado" de hoje. O autor de um gol irregular não entra mais para a "galeria dos heróis", mas sim, na dos vilões.
 Vivemos uma época em que cada partida conta com cerca de 40 câmeras, que flagram todos os lances e infrações. Chega a ser injusto com o árbitro. Além disso, o torcedor paga ingressos caríssimos para assistir a um jogo, então, o espetáculo não pode ser manchado por diversos erros.
 O mundo já aderiu a tecnologia faz tempo. Agora, só falta o esporte mais popular do planeta.