Depois de o Dat trazer à tona nas últimas semanas a delicada situação financeira envolvendo a unidade de Mogi das Cruzes da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), alguns agentes públicos começaram a se movimentar - não ainda quem realmente deveria, enfim - e alguns resultados práticos já estão aparecendo. Em Itaquaquecetuba, o vereador Rolgaciano Fernandes (PTN) apresentou um projeto de lei que autoriza a realização de um convênio para que a prefeitura faça um repasse mensal de R$ 12 mil à entidade como forma de auxílio no custeio do atendimento prestado a pacientes da cidade. Assim como ele, em Suzano, o também vereador Said Raful Neto (PSD) teve aprovada proposta semelhante anteontem na Câmara, que estipula o mesmo valor para ajuda.
E o que se esperava depois da preocupante notícia envolvendo a instituição era justamente que algo fosse feito por parte das autoridades dessas duas cidades. Conforme já foi divulgado, a AACD suspendeu o atendimento para quem é de Itaquá e Suzano e estava na lista de espera porque não recebia qualquer tipo de aporte das prefeituras de ambos os municípios.
Atualmente, o défícit para manter esse importante trabalho na região gira em torno de R$ 40 mil e apenas Mogi das Cruzes, Poá e Guararema contribuem com algum auxílio financeiro, a primeira principalmente, responsável por 60% do montante total destinado à associação. A situação, inclusive, foi bastante criticada na Câmara mogiana e por deputados estaduais, assim como deverá ser levada novamente à discussão no Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) pelo presidente e prefeito de Mogi, Marco Bertaiolli (PSD).
Os dois vereadores que demonstraram preocupação com o momento vivido pela AACD e, principalmente, com as pessoas, a maioria crianças e adoelescentes, que estavam aguardando ansiosamente por um tratamento, fizeram sua parte. Said ganhou apoio de seus colegas em Suzano na última quarta-feira e, certamente, Rolgaciano verá em breve seu projeto ser aprovado também na Câmara de Itaquá. Resta saber agora qual será a postura dos prefeitos das duas cidades, Paulo Tokuzumi (PSDB) e Mamoru Nakashima (PSDB).
O ideal mesmo era que a situação não chegasse a esse ponto e as prefeituras colaborassem por iniciativa própria e de maneira solidária em nome de tantas pessoas que precisam de tratamento. Mas ainda estão em tempo de reparar essa falta de atenção, sancionar as duas leis propostas pelos vereadores e passarem a contribuir mensalmente com os valores.