Qualificação, respeito e melhores salários são algumas das metas a atingir pelos professores, responsáveis, nada mais, nada menos, pelo desenvolvimento da educação do País. Trata-se de uma das mais importantes profissões, afinal, sem ela, a transmissão de conhecimentos seria praticamente impossível.
Mas, a situação para a maioria dos educadores está longe de ser adequada. Houve forte desvalorização da carreira nos últimos anos e, a falta de prática dentro de sala de aula durante a graduação é um dos fatores fundamentais que compromete o desempenho do professor depois de formado. Só no Alto Tietê existem cerca de 11 mil professores e a falta de investimento e a precariedade das condições de ensino público, como salas de aula superlotadas, por exemplo, também empobrece o trabalho do professor.
Além disso, na lista dos grandes desafios, constam também a indisciplina, as dificuldades de aprendizagem, os problemas psicológicos e comportamentais, os quais os docentes não estão preparados para enfrentar. Violência, por exemplo, não é uma questão fácil de se lidar dentro da escola, mas não podemos exigir que o professor esteja preparado para enfrentar um problema quando a sociedade também não está. Alguns alunos enfrentam e desafiam os professores. É preciso muita vocação e vontade para suportar tal situação.
Para piorar, muitos pais acreditam que é função da escola educar, quando, na verdade, a formação da criança se dá por uma mescla entre a educação adquirida em casa e na escola. A função primordial é dos pais, e os filhos levam para a instituição de ensino o conhecimento e maneiras adquiridos fora dela. Na escola, a educação é lapidada.
Os anos trouxeram coisas boas e outras deixaram a desejar na educação. A principal delas é o dinamismo que a tecnologia trouxe, facilitando durante as pesquisas em trabalhos escolares. Mas com o passar do tempo, os investimentos em estrutura física não foram acompanhados por investimentos em pessoas. Pelo contrário, o grande aumento na oferta de vagas foi acompanhado pela admissão de profissionais com titulação inadequada para executar a profissão de professor, barateando o valor do trabalho. Isso fez com que o processo de formação dos profissionais fosse "agilizado", trazendo para realidade cursos rápidos de formação que diminuíram a qualidade de ensino.
O resultado disso é a desvalorização do professor e, por essas e outras, cada vez mais há menos pessoas interessadas em desempenhar esta profissão.