É engraçado ver como os usuários se comportam quando utilizam os trens. Claro que sem generalizar, mas poderíamos categorizar em faixa etária o comportamento de alguns e, sem me julgarem, confesso que sim, em muito disso já me encaixei, portanto, sinto-me no direito de relatar algumas situações abaixo.
Dos 5 aos 10 anos: Andar de trem com os pais era o máximo. Era a oportunidade de ver muita gente junta, no mesmo lugar. Dava a sensação de parque de diversão, de uma aventura daquelas bem tenebrosas porque tinha bicho, buraco no chão, esmagamento e, no final, tudo acabava bem, na estação final. Sem contar que tinha muita escada rolante para subir, descer, subir, descer, até alguém berrar: pare com isso!
Adolescência: Fase da aparente liberdade. Junto com o grupinho de amigos, eu era daquela turma barulhenta que entrava nos vagões infernizando quem queria tirar um cochilinho. Liderava a galera, ensinando o melhor caminho, explicando todas as integrações e, claro, era a boba do momento dando o sinal com o dedo indicador quando o trem vinha chegando para que ele parasse. Quem nunca?
Dos 20 aos 30 anos: Empregos geralmente conseguidos longe da residência, com horários não flexíveis, vivendo sempre atrasados e ainda emendando com uma faculdade, tornando-se a pessoa mais cansada do mundo. Mas ainda assim no pique de matar a primeira pessoa pela frente só para conseguir um lugar sentado e tirar aquele cochilo. Isso quando a mochila nas costas não se encarrega de deixar uns 30 para fora do vagão.
Depois dos enta: Nessa fase cada vez mais o objetivo é um só: sentar. Mas já não tem mais o hábito de empurrar ou matar alguém para atingi-lo. Torce para alguém perceber que a sua tinta do cabelo já venceu, ter um pouco de solidariedade e ceder o lugar por livre e espontânea vontade, mesmo quando ainda não atingiu o direito adquirido do assento. 
Já aproveita mais o tempo como parte da sua história. Pequena parte, mas que pode trazer coisas boas para se recordar nas próximas fases da vida.