O estudo de Reinhold Federolf sobre a implantação do nacional-socialismo na Alemanha nos faz lembrar a derrota do nazismo há 70 anos. Os horrores do Holocausto ainda estão bem vivos em nossas mentes. Independente do Jardim do Éden, os homens procuram construir seu próprio paraíso, um mundo sem Deus, onde impera o desvirtuado amor e justiça do homem. Esse anseio explica como foi possível a meteórica ascensão de Hitler. C.E. Bärsch escreveu em seu livro A Religião Política do Nacional-Socialismo (Alemanha, 1998): "O sucesso do nacional-socialismo, bem antes do inicio do governo nazista em 1933, baseava-se no elemento religioso contido em sua ideologia. Por exemplo, Hitler, o "enviado pela Providência" permitia que o venerassem de forma quase religiosa". O Terceiro Reich (Terceiro Império), como o Milênio bíblico, visava construir um paraíso na terra com duração de mil anos, o reino fascista da raça ariana. O "milênio" de Hitler não durou muito, apenas míseros 12 anos, de 1933 a 1945. O racionalismo darwinista não satisfaz o homem que deseja dar sentido à sua existência. A ascensão de Hitler ao poder mostra que homens precisam de mitos. Hitler falou o que o povo alemão queria ouvir: orgulhar-se da raça ariana e a redenção nacional após a derrota na 1ª. Guerra Mundial.
O repórter David Lloyd George publicou em 1936 no Daily Express, após visitar a Alemanha, esse trecho: "Em 1936 a Alemanha era um país desabrochando, um país feliz. Em sua face havia o sorriso radiante de uma mulher apaixonada. Os alemães estavam apaixonados por Hitler. E tinham todas as razões para sentirem-se gratos. Hitler havia superado o desemprego trazendo-lhes um novo renascimento da economia e transmitindo aos alemães uma renovada consciência de sua força como nação e de sua tarefa como país." "Ave Cesar", com braço estendido, era a saudação dos romanos ao "divino" imperador; "Heil Hitler", também com o braço estendido, foi o gesto ritual dos alemães que cultuavam o grande ditador como uma divindade.