Já faz tempo que a bicicleta deixou de ser usada exclusivamente para o lazer. Hoje em dia, ela já é uma peça indispensável para muitas pessoas que se utilizam deste meio de transporte barato, ecológico e que facilita a mobilidade urbana, como principal meio de locomoção. O problema é que o ciclista ainda não recebeu o espaço que merece, principalmente nas grandes cidades do Brasil.
Em outros países ao redor do mundo, a "magrela" já tem o respeito garantido entre pedestres e veículos. Um bom exemplo é a Índia, onde as bikes continuam sendo um meio importante e necessário de transporte. A Europa também é um ótimo lugar para ciclistas, começando pela Holanda, a "capital mundial da bicicleta". Na Dinamarca, estima-se que mais de um terço dos trabalhadores usam bicicleta. Na América do Sul, a Colômbia lidera em infraestrutura urbana para bicicletas, particularmente em Bogotá. Em Perth, na Austrália, há mais de 700 km de ciclovias. Pelas ruas de Pequim, na China, há mais bicicletas em operação do que qualquer outro lugar do mundo.
Mesmo se tratando de um transporte essencial, as ciclovias representam apenas 1% da malha viária das capitais no Brasil, onde cerca de 70 milhões de bicicletas estão em utilidade. No entanto, quase não há lugares exclusivos e seguros para se trafegar.
No Alto Tietê ainda falta muito para que o sistema de ciclovias seja colocado em prática.
Em Ferraz, não existe locais destinados. Segundo a prefeitura, a intenção é criar o espaço interligado aos terminais de ônibus e ferrovias. Itaquá também não possui faixas exclusivas. A prefeitura informou que a cidade mantinha ciclofaixas na área central aos domingos, mas acabou sendo desativada devido à falta de utilização. Talvez o grande erro nesse caso seja relacionar a bicicleta apenas como um hobby ou lazer. A prefeitura, entretanto, revelou que pretende construir ciclovias nas vias perimetrais. Mogi das Cruzes é o único município que já possui esse sistema, embora ainda esteja longe do ideal. No total são dez ruas e avenidas que contam com ciclovias e ciclofaixas, totalizando 16,9 km. A ideia é chegar a 31 km nos próximos meses. A região já tem 662.208 veículos, crescimento de 5,3% em um ano, o que sinaliza ainda mais a necessidade de se investir em espaços para as "magrelas".
O governo estadual promete fazer o Parque Várzeas do Tietê, com 75 km de extensão e 107 km2 de área. Implantado ao longo do rio Tietê, unindo o Parque Ecológico do Tietê (localizado na Penha) e o Parque Nascentes do Tietê (em Salesópolis), mas a obra está longe de ser finalizada.