O processo de urbanização nos municípios do Alto Tietê é importante para o crescimento econômico da região e gera melhores condições de infraestrutura e planejamento. Por outro lado, vemos claramente como os animais silvestres estão perdendo espaço em consequência disso. É cada vez mais comum observarmos esses animais "perdidos" pelas ruas de diversos bairros dos municípios de nossa região. Como é impossível parar a "máquina da urbanização", ambientalistas e profissionais ligados à causa ambiental de Mogi das Cruzes, reivindicam incessantemente a implantação de um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Agora, a possibilidade passou a ser estudada pela Prefeitura e, parece que, finalmente, Mogi abrigará o órgão no município. O Cetas é autorizado pelo Ibama e tem por finalidade receber, identificar e reabilitar estes animais.
Alguns casos recentes na região, como as corujas raras encontradas em um poste, o bicho-preguiça que sofreu queimaduras após ser eletrocutado, um veado catingueiro que invadiu uma casa, uma cobra jararaca resgatada suja de piche, o filhote de gato do mato salvo de um incêndio e o tucano resgatado preso em uma linha de pipa, demonstram a necessidade que a região tem em possuir um equipamento para que os ambientalistas tenham mais condições para atender estes animais.
Apenas no Alto Tietê, cerca de 80 por mês são resgatados pela Polícia Ambiental. Somente neste ano, 524 casos já foram contabilizados.
Hoje, o que a região tem condições de fazer é apenas um pré-atendimento aos animais de forma precária, até que possam ser encaminhados a um centro na capital ou outra cidade.
De acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), que administra o CRAS no Parque Ecológico do Tietê, desde 2011 a unidade recebeu e tratou 1.903 animais resgatados ou apreendidos no Alto Tietê. Deste total, 1.619 animais são de Mogi das Cruzes.