Em décadas passadas, a cidade de Santos ganhou o apelido jocoso de "Cidade Paliteiro", tamanho eram os absurdos de postes de todos os tipos, de ferro, concreto, sustentando a iluminação pública, toda a fiação elétrica, bem como os cabos de telefonia e televisão por assinatura - e no caso santista, suporte também para a fiação de bondes, extintos em 1970, e trólebus, que circulam até hoje. Tantos eram os postes, alguns inúteis ou mal colocados, que criavam um efeito de poluição visual que o povo apelidou de "cidade paliteiro".
Ora, isso não é um problema apenas de Santos, mas de Mogi das Cruzes, Suzano e da esmagadora maioria das cidades da região e brasileiras que, sem planejamento, vão crescendo e se adaptando às mudanças. São tantas adaptações que verdadeiros Frankensteins surgem a olhos vistos. É como se ao construir um cômodo de uma casa e fôssemos acrescentando puxadinhos e mais puxadinhos, até se perder a conta. Coisas do Brasil, país em que o termo Urbanismo é, em muitos casos e lugares, apenas uma disciplina universitária.
Aqui na região, além do paliteiro e dos absurdos de postes colocados fora das calçadas, de dois lados de uma mesma via, uma ao lado de outro, em frente à entrada da garagem de muita gente, entre outros absurdos, ainda há o emaranhado de cabos e fios. Não é difícil, por exemplo, vermos cabos caídos (felizmente não energizados, mas sim de telefonia ou outros serviços), enrolados em postes, nas calçadas.
Em Mogi das Cruzes, funciona na Câmara uma Comissão Permanente de Obras que já há algum tempo "gerencia" a reorganização de fiações em postes de iluminação pública, trabalho que tenta colocar ordem na bagunça. Em Suzano, já houve também um trabalho parecido como esse, em que os vereadores eram os coletores das reclamações da população e os encarregados em seguida de enviar isso à prefeitura. 
Tomara que outros municípios tomem também a frente desse "problema", pois as ruas são públicas, ou seja, da população, e toda e qualquer concessionária de serviços públicos tem que se adequar a leis, regulamentos e ao ordenamento de cada cidade. 
Enfim, esperamos que o trabalho de Mogi prospere, que seja feito algo parecido em cada uma das cidades da região para que os absurdos citados neste editorial sejam solucionados. E conclamamos para que a própria população, que convive à frente de seus imóveis com muitos desses absurdos, apele para as autoridades municipais quando se sentir incomodada.