Quinta-feira passada. Dia difícil, com sono, muitas preocupações me atingindo a cabeça, corpo e sabe lá mais o que. Só queria chegar logo em Suzano, passar na feira perto de casa, comprar aquele pastel de queijo quentinho, tomar um banho e descansar, afinal, no outro dia a semana acabava.
Terminado o expediente às 18 horas, vou caminhando até a Estação Santa Cruz para embarcar no metrô. Tenho sorte porque sempre vem carro vazio nesses horários e consigo entrar e sentar no cantinho da janela.
Sem maiores problemas, ele flui bem até a Luz. Para ajudar meu dia exaustivo, o curral está uma clareira: sem vendedores ambulantes, sem agitação, sem "segura na mão de Deus e vai" e, no espaço de apenas um minuto, o atravesso rumo às escadas que me dará acesso à plataforma de embarque no trem da CPTM.
Achando que o santinho dos trilhos já me abençoava pela plataforma que encontrava-se bem vazia para o horário, consegui ficar próxima ao local onde a porta iria se abrir quando o trem chegasse.
Assim que o bendito chegou, uma santa alma (leiam isso como maior sarcasmo do mundo!) que só pode ter surgido do teto do trem, me atropela assim que coloco meus pés no vagão, me dando uma rasteira "sutil", só me restando o chão depois do enrosco de um dos pés no vão.
Caí como uma bela jogada de futebol americano, bati meu joelhos no chão duro daquele vagão, com mais duas pessoas me fazendo de colchonete pois caíram bem em cima de mim, onde esse corpinho fofinho serviu de amortecedor para eles. Só me restou ajoelhar de novo, mas dessa vez sem berrar amém, bater as mãos no chão e levantar.
Sentei no preferencial mesmo, com o joelho latejando e inchando automaticamente, com raiva, dor e quando olho, uma das meninas que eu amorteci a queda estava sentada ao lado. Ela perguntou: "você se machucou muito"? Disse que um pouco e perguntei a mesma coisa. Ela disse: "Não, você me ajudou muito porque caí em cima de você".
Só me restou rir da "bênção" de ser altruísta até numa hora como essa. Ah, o joelho? Ainda está roxo e nem gosto muito dessa cor!