No último dia 5, o Dat noticiou que as dez cidades do Alto Tietê - que pertencem à Região Metropolitana de São Paulo, no Estado mais rico da Federação - tem um déficit de 4.575 leitos hospitalares para internação. Juntas, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Santa Isabel, Biritiba Mirim, Salesópolis e Guararema têm 1.735 leitos de internação em hospitais públicos e particulares, quando, pelas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), deveriam haver, pelo menos, 6.310 leitos.
A quantida de vagas hoje disponíveis equivale a apenas 1,10 leito por mil habitantes da nossa região. Só como ilustração, no Brasil, como um todo, o levantamento mostra que há 2,4 leitos a cada grupo de mil habitantes, enquanto a Alemanha tem 13,7 leitos e o Japão 8,2 leitos para cada mil dos seus habitantes.
Na região, apenas Mogi das Cruzes tem índices melhores mas, mesmo assim, bem abaixo do estipulado. O CNES informou que nesta cidade há 875 leitos, 2,06 para cada mil habitantes.
Os dados sobre mais esse descaso - entre tantos outros - são do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), órgão governamental vinculado ao Ministério da Saúde. Acontece que esse mesmo ministério também é responsável por os números cada vez menores de leitos para internação.
Em 2013, um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou que foram desativados quase 13 mil leitos na rede pública de saúde desde janeiro de 2010. Ou seja, em apenas três anos, entre os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o Brasil sofreu mais essa barbárie contra a saúde.
Não há números atualizados sobre esse crime contra a população brasileira, mas o que parece é que quanto mais cresce a população do País, proporcionalmente diminuem os leitos hospitalares.
Somente entre 2008 e 2013, foram fechados 284 hospitais particulares em solo brasileiro, a maioria localizada nas cidades do interior e que atendiam pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Sem a correção da tabela - este, já um outro crime - acabaram quebrando.
A catástrofe acima descrita mostra e prova porque ainda somos um país de terceiro mundo, embora ostentemos o título enganoso e marqueteiro de que temos atualmente a 7ª economia global. Um país verdadeiramente rico, de um povo pobre e de saúde miserável.