É visível o desespero do governo federal em relação à crise econômica. Tudo, neste momento, é válido para arrecadar dinheiro e cobrir as dívidas do Brasil e ter recursos para cumprir com suas "obrigações". Até a volta da Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF) chegou a ser discutida. Ainda bem que não deu certo.
Já não basta saber que o dinheiro do povo é usado para tantas outras coisas, menos para beneficiar a população como deveria, e que os impostos que todos pagam são um dos mais altos em comparação a outros países, o governo brasileiro vai retomar, ainda, após dez anos, a cobrança de PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre computadores, smartphones, notebooks, tablets, modens e roteadores, a partir de dezembro, segundo a Medida Provisória 690, publicada em edição extraordinária do "Diário Oficial da União", do dia 31 de agosto. Com isso, o governo acabou com o benefício que estava no Programa de Inclusão Digital, existente desde 2005. Segundo a Receita Federal, entre os objetivos do programa estava a redução dos preços dos produtos do setor e o combate ao chamado "mercado cinza" de equipamentos, alimentado pelo descaminho (contrabando). Será que depois do aumento desses aparelhos, que são um grande atrativo até hoje para os consumidores, o "contrabando" não vai voltar? Vai dar no mesmo de novo, pois a revolta em pagar altos impostos em praticamente todos os produtos consumidos é grande por parte dos brasileiros.
As empresas do setor passarão a recolher, de acordo com a Receita Federal, 3,65% em PIS e Cofins, dentro do regime não cumulativo (lucro presumido), sem a possibilidade de abater créditos, ou 9,65% dentro do regime cumulativo (lucro real), com a possibilidade de realizar abatimento de créditos. A expectativa do governo é de arrecadar R$ 6,7 bilhões a mais no ano que vem com o aumento dos tributos. A pergunta é: esse dinheiro vai ser utilizado da forma correta?