Líderes partidários, em pânico, têm dito que o fim do financiamento empresarial da política "vai aumentar o Caixa Dois" e "o uso da máquina pública". Assim, além de atacar a correta decisão do Supremo Tribunal Federal, declaram que Justiça Eleitoral, Ministério Público e Polícia Federal são incompetentes e ineficientes.
Como último recurso, PSDB, DEM, PTB e parte do PMDB e do PP querem que o Senado aprove a PEC que permite aos partidos receber 'doações' de pessoas jurídicas. 'Granodependentes', não conseguem conceber ação política sem o patrocínio das grandes empresas, a quem servem.
Nas eleições presidenciais passadas, Dilma, a campeã dos gastos (R$ 350,5 milhões!), recebeu 95,6% de pessoas jurídicas. Aécio não ficou muito atrás, com 87,3% dos R$ 226,8 milhões que despendeu. Também Marina e, antes, Eduardo Campos, foram "agraciados", do total de R$ 60,2 milhões que recolheram, com mais de 80% das empresas.
Há muitas razões para tirar o setor privado, enquanto pessoa jurídica, da vida política. Afinal, empresa não "doa", empresta para ter retorno em negócios públicos. Campanhas milionárias matam o princípio da igualdade na disputa. Através delas, o que prepondera é o tamanho do bolso e não das ideias. Campanhas endinheiradas são o caminho da compra de votos (o crime da captação de sufrágio), agenciada pelos cabos eleitorais pagos, aviltando a essência da política, que é a escolha cidadã, derivada de causas.
O fim do financiamento empresarial, apoiado por entidades como OAB, CNBB e Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, proporcionará campanhas austeras, presenciais e mais politizadas. O Fundo Partidário também deve ser, progressivamente, desativado: partido não tem que depender do Estado - assim como os sindicatos. O mais autêntico mantenedor de partido é seu filiado ou simpatizante, é a cidadania!
Empresários brasileiros: invistam na produção, na remuneração digna, na geração de empregos e em ações sociais. Na política, como tem acontecido, tende a dar cadeia!