Em um primeiro momento, pode ser comemorada a constatação de que as cidades da região reduziram a pobreza da sua população e melhoraram as condições sociais, conforme destaca o Dat na edição de hoje. O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e diz respeito à análise de um período de dez anos, entre 2000 e 2010. Apesar de o trabalho apresentado possibilitar a observação da evolução de cada município, o cenário não é lá muito verdadeiro. Simplesmente pelo fato de que não há dúvida de que muita coisa mudou nos últimos cinco anos.
Na região, Mogi das Cruzes, Guararema, Biritiba Mirim e Santa Isabel são as cidades em melhores condições, com o índice considerado baixo em relação a situações indicativas de exclusão e vulnerabilidade social.
Entre os itens levados em consideração estão capital humano (mortalidade infantil, crianças fora da escola, mulheres chefes de família, taxa de analfabetismo, entre outros), infraestrutura urbana (domicílios com energia elétrica, com rede de água e esgoto inadequadas, pessoas que gastam mais de uma hora para chegar ao trabalho) e renda e trabalho (renda per capita familiar igual ou inferior a R$ 255, taxa de desocupação, entre outros).
Guararema é a que aparece com o menor IVS no Alto Tietê, 0,257, em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo a 1, maior é a vulnerabilidade social de um município, e, neste quesito, Itaquaquecetuba está na pior situação (0,372).
Embora uma grande parcela da população brasileira tenha saído do estado de extrema pobreza, como sempre bradou as três últimas gestões petistas do governo federal, em especial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a situação econômica atual modificou a vida de muita gente, independentemente da classe social ou do poder aquisitivo. O Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios Brasileiros, que traz o IVS, apontou que o índice nacional melhorou 27%.
Ações do Poder Público para melhorar ainda mais essa constatação deveriam ser baseadas na realidade atual, e não na de 2010. Talvez o IVS nem tenha mesmo essa função, nem proporciona mecanismos para isso, mas a questão é que os dados estão postos e de qualquer maneira é uma notícia positiva que se propaga.
Em um momento tão turbulento pelo qual passa o País, com previsões nada otimistas para um futuro próximo e até com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) elaborando um Orçamento para 2016 com um déficit de mais de R$ 30 bilhões e prevendo a criação de um novo imposto, a informação pode causar estranheza. E é bom que as autoridades locais se atentem a isso.