As famílias dos dois homens mortos na Praça da Sé estiveram uma ao lado da outra, sem se falar, na manhã de ontem no Instituto Médico Legal (IML). Apenas os parentes do pedreiro e morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, de 61 anos, quis falar. Eles viram as cenas de sua morte por Luiz Antonio da Silva, 49, pela televisão. Os parentes do assassino, morto por uma série de disparos da PM após atingir Lima, preferiram o silêncio. 
"Fiquei muito nervosa porque desde pequena eu convivi (com o pedreiro), fiquei surpresa quando vi ele de longe indo em direção à mulher. Foi uma atitude forte", disse a estudante de Direito Ione Gabriela Reis, 19, sobrinha de Lima. Ela afirmou que admirou a escolha que o tio fez em intervir de forma "corajosa" na ação.
De acordo com ela, o tio vivia na rua há dez anos, desde que se separou da mulher. O morador de rua passava as noites em um albergue na região central da cidade, fazia ligações periódicas de telefones públicos para a família. Ele carregava uma bolsa com os equipamentos que usava nos bicos de pedreiro e eletricista. (AE)