Estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o Alto Tietê teve um crescimento populacional de quase 9% desde 2005. Em dez anos, a região pulou de 1.447.968 habitantes para 1.576.262. Mais do que apenas uma constatação, o número faz a diferença na vida das pessoas indiretamente. Exemplo disso é a liberação de recursos por parte do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é calculado de acordo com a quantidade de moradores em cada localidade. Diretamente também influencia, uma vez que com mais gente vivendo junta numa mesma cidade, maiores as necessidades.
Na última década, entre nascimentos e vindas de pessoas de outros lugares, o Alto Tietê passou a contar com 128 mil habitantes a mais. Isso representa quase as populações atuais de Poá (113.793) e Salesópolis (16.688) juntas. Os desafios dessa região que cresce a cada dia são vários. E eles aumentam à medida em que o tempo passa. Principalmente no que diz respeito a questões básicas, como Habitação, Segurança, Saúde e Educação. Se nos últimos anos esses setores têm ficado aquém da necessidade em grande parte do Alto Tietê, com uma população maior os problemas se tornam uma bola de neve.
Recentemente, invasões foram registradas em locais populosos, como em Suzano e na divisa de Itaquaquecetuba e Arujá com Guarulhos. O déficit habitacional é muito grande, com a necessidade de milhares de moradias que tardam em aparecer. Novas estão sendo construídas, mas não são suficientes.
Além do incremento de habitantes por causa de nascimentos, muita gente tem se mudado para o Alto Tietê. Um dos fatores é a proximidade com a capital, há décadas destino de multidões que saem de diversas localidades do Brasil. E se lá a qualidade de vida e o emprego que se buscava não são encontrados, o jeito é se mudar, e as cidades da Região Metropolitana acabam abrigando milhares de pessoas.
Às vezes, o assentamento não ocorre de forma legal. É aí que surgem as ocupações irregulares, os furtos de água e de energia e os problemas sociais. É mais gente precisando de atendimento em posto de saúde, de vagas em creches e escolas, de moradias regulares, de saneamento básico, de iluminação pública, etc. Os problemas e os obstáculos não têm fim. A maneira como atuam prefeitos, vereadores e deputados, além dos governos estadual e federal, é que vai mostrar se a região será capaz de superar essas questões e dar conta da demanda crescente.