Na última quinta-feira, o jornalista da Rede Globo Alexandre Garcia levantou a hipótese de o governo apoiar a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Apesar de não afirmar nada, ele sugere que a paralisação nas agências de todo o País vem em boa hora para o Planalto, uma vez que adia o pagamento de novas aposentadorias e benefícios aos seguros. Com toda certeza não se trata de algo prejudicial em tempos de crise econômica.
A "teoria da conspiração" sobre a greve do INSS assombra diversos outros setores, e se isso for perguntado para alguns ex-funcionários surgem informações contundentes para se acreditar nela. Uma coisa leva a outra, mesmo que não diretamente. Sobre a Previdência Social, é preciso lembrar o leitor que o governo alterou a forma para se conseguir alguns benefícios, além de mudar os requisitos para a aposentadoria. Medidas que ajudam a diminuir a facilidade do trabalhador em conseguir tais direitos e, consequentemente, menos dinheiro sai dos cofres do INSS.
Já se falou que o Estado poderia fazer a mesma coisa com a Segurança Pública, por exemplo. Duas horas sem sistema nas delegacias, acarretam em menos boletins de ocorrências registrados nas cidades e, no final do mês, os índices de crimes diminuem. Tudo se assemelha às pedaladas fiscais de Dilma, a tática de empurrar para frente o problema. Uma hora ou outra o trabalhador terá seu benefício pago, sim, mas não agora. O boletim de ocorrência também será registrado, mas não hoje.
A teoria cabe para dezenas de outras áreas, para licitações de obras, que com um cancelamento, por exemplo, dá a chance de outra empresa se adequar ao edital. Tudo com um interesse por trás da ação. O ato em si não é cumprido como deveria, mas não há legislação para punir tal tática. Pelo menos por aqui. Esse, certamente, é o tal do "jeitinho brasileiro".
O início dessa prática vem de longe. Ela ocorre nos bairros, onde o morador compra e pede fiado. No dia a dia do motorista, que atrasa cinco ou dez, ou até 15 minutinhos, para chegar ao ponto. Ao comerciante que vende um produto muito acima do preço, já que não tem concorrente perto. Todas estas ações, das menores até as maiores, fazem parte do nosso cotidiano.
No entanto, hoje estamos vendo o todo poderoso governo federal agir desta forma. Uma pena observar que, mesmo tantos anos depois, não aprendemos nada com os países de primeiro mundo. Não temos a eficiência dos orientais ou o orgulho e poder dos americanos para as práticas cotidianas.
Ainda vivemos como um verdadeiro malandro do século passado, que em tudo vê oportunidades para levar algum tipo de vantagem.