Falar em "saudade" é falar sobre nostalgia. Essa parada, quase que de sossego, para rememorar o passado nos tira do automatismo da vida hodiernamente vivida e nos leva ao encontro de memórias, lembranças e dos nossos mais profundos sentimentos com cada momento lembrado.
Em uma sociedade tecnocrática, em que imperam as relações de mídia em detrimento das relações humanas, que geram a hipertrofia de estímulos nervosos derivados do ritmo vertiginoso da existência submetida ao regime tirânico da alienação existencial, da massificação de cultura e do embrutecimento da mente pela especularização da realidade. Parece que expressar sentimentos interiores, cada vez mais, perde a importância na modernidade contemporânea.
O termo "saudade" provem da aglutinação de "solidão" e "saudar" e, é atribuído aos portugueses. A palavra continua a brilhar sozinha no começo de todas as ausências.
Em outras línguas não existe palavra que traduza com a amplitude necessária o que significa saudade. Algumas trazem conceitos próximos. Em inglês saudade é "I miss you", que quer dizer sinto sua falta; em francês "souvenir", que significa lembrança; em italiano "ricordo affetuoso", recordação afetuosa. Em alemão, a palavra utilizada para tentar descrever o conceito de saudade é Sehnsuch. No Brasil há o Dia da Saudade, que é comemorado no dia 30 de janeiro.
A saudade revela, talvez, o traço mais sublime do âmago humano em sua constituição cotidiana no mundo ao concedera para a figura do outro o nosso amor, afirmando assim a plena dignidade do ser que nos complementa; desejamos ter o outro de volta para que possamos nos tornar preenchidos.
Desprovida de saudade, a vida humana decerto seria miserável, pois estaríamos reduzidos a um presente instantâneo.
Recordar é viver, eu hoje sonhei com você Diz a canção. Aliás, são muitos os poemas e canções que falam de saudade.
E você, já sentiu saudade hoje?