As exaustivas viagens entre as cidades do Alto Tietê e São Paulo realizadas diariamente nos vagões da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e, posteriormente, pelas linhas do metrô ganham um novo colorido quando acompanhadas pela leitura de um livro. Ontem foi celebrado o primeiro aniversário do projeto Leitura no Vagão, criado por Fernando Tremonti, que distribui livros pelas estações do metrô.
"O projeto surgiu de minha filosofia de vida de transformar o ambiente em que atuo em um lugar melhor, seja no trabalho, no futebol com os amigos, e como frequento o metrô todos os dias, pensei no que eu podia fazer nesse ambiente. As pessoas estão sempre conectadas, e pensei no bem que a leitura me proporciona. Eu imprimi um fôlder explicando o projeto e comecei deixando livros meus nos vagões", conta Tremonti, que é formado em Sistemas da Informação.
Atualmente, o projeto está em cidades como Brasília, Rio de Janeiro, e até mesmo no Chile, onde uma pessoa que gostou da ação feita pelo idealizador em uma viagem ao país, tem mantido a iniciativa. Amigos e apoiadores captam livros para as doações, que também partem de editoras e autores, como Laurentino Gomes. Para celebrar o primeiro ano, o projeto ganhou edições especiais com um vagão inteiro recebendo 300 livros. Nesta quarta-feira foi a vez da estação Adolfo Pinheiro; no dia 18, será Vila Madelena, e, no dia 25, Barra Funda.
Além do incentivo à leitura, o projeto tem como objetivo a divulgação de autores independentes. A escritora suzanense Andréia Garcia, autora do livro "A Viajante do Trem" e colunista do Dat, participa do Leitura no Vagão desde o seu início. Para esta última ação, ela conseguiu apoio para a produção de 50 exemplares de seu livro para serem distribuídos. "É um projeto que a gente espera que continue eternamente. As reações das pessoas quando entram no vagão e encontram um livro em cada banco são as mais diversas. A ideia é que a pessoa leia e traga o livro de novo para o vagão", destaca Andréia.
Região
O projeto se reflete no Alto Tietê, sendo realizado nos trens da CPTM. "Eu que sou de Suzano e trabalho em São Paulo sempre solto um livro em alguma estação, como Guaianazes e Luz. Temos amigos que são do Alto Tietê e arrecadam livros, assim a gente acaba disseminando", revela a escritora. Na última edição de "Sarau Até Quarta", na estação Tatuapé da CPTM, comandado por Andréia e por Sidney Leal, foram doados cem livros para quem acompanhou a atividade.