Mogi das Cruzes tem um serviço que liga a cidade - em suas quatro estações, Estudantes, Mogi-Centro, Brás Cubas e Jundiapeba, à capital paulista e - pela integração com outras linhas da CPTM e do Metrô - com praticamente toda a Grande São Paulo. Para muitos, isso é ruim, pois os trilhos dos trens cortam a cidade no sentido Oeste-Leste, e com o crescimento demográfico dos municípios e o grande número de veículos em circulação, os problemas do cotidiano são muito grandes.
Mas, vamos por parte. O que pouca gente discute, sobre a realidade, é que a linha de trens da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil está por aqui desde o final dos anos 1800, ou seja, ainda no século 18. Vieram os séculos 19, passou o 20 e já estamos no 21, e ela continua lá. Só que, como em qualquer lugar do mundo, o traçado urbano cresceu.
O que deixou de ser feito na ocasião correta foi o trato político-administrativo dessa equação e, a exemplo de todos os outros municípios cortados pela Linha 11 da CPTM, e também de outras linhas, projetos de transposição de um lado a outro da ferrovia. Uma falha dos vários governos desde então, nos três níveis - federal, estadual e municipal - que não se debruçaram para saber que, com uma localização privilegiada, Mogi das Cruzes seria, inegavelmente, o centro da região, como de fato o é há muito tempo.
Por isso, antes de taxarem o trem como um problema, pensem que ele é uma solução para milhares e milhares de pessoas de várias classes sociais e profissões, que utilizam esse sistema para se locomoverem. Basta calcular quantos passageiros cabem por vagão - e por composição - para se ver quantos ônibus necessitariam para o mesmo serviço. E lembrem-se também, como já citamos acima: os trilhos e os trens estão em Mogi das Cruzes desde o final dos anos 1800. Então...